Valuation: Guia definitivo para Startups

Valuation é um processo de análise com o objetivo de determinar um valor econômico justo de uma empresa e, ainda que seja fruto de métodos e análises pautadas em parâmetros e conceitos determinados, sempre manterá um grau de subjetividade. Conheça aqui as quatro principais metodologias.

Atualmente, encontramos inúmeras menções à Startups todos os dias, mas a popularização deste termo faz com que muitas pessoas desconheçam quais são realmente as características desse tipo empresarial. Ainda que este seja um termo já usado há algumas décadas nos Estados Unidos, as Startups passaram a fazer parte da realidade dos brasileiros no final dos anos 90 e início dos anos 2000, período conhecido como a Bolha da Internet.

Existe uma confusão acerca do conceito do que é uma Startup e muitas pessoas acreditam ser simplesmente uma empresa que atua no ramo da internet, mas isso não é exatamente verdade. Trata-se, em síntese, de uma empresa, em seu estágio inicial, que conta com uma proposta inovadora, onde há um enorme crescimento em potencial.

Na verdade, as Startups possuem três características básicas e fundamentais:

● Inovação
● Escalabilidade
● Flexibilidade

A inovação é o ponto incontroverso que existe entre o aspecto conceitual e o popular dessa forma de negócio. As Startups apresentam um modelo de negócios inovador, ou seja, criam soluções e possuem abordagens diferentes para solucionar um problema do dia a dia, ao adotar um novo enfoque que foge do padrão, do senso comum. É interessante destacar que existem casos de empresas que não apenas inovam o mercado, mas que também são responsáveis pela criação de um mercado totalmente novo.

A segunda característica, a escalabilidade, diz respeito a um aspecto típico deste modelo de negócio no qual, a medida em que a empresa se consolida no mercado e aumenta sua receita, não há a mesma necessidade de crescimento de custos, o que torna a margem de lucro exponencialmente maior ao empresário ao longo do seu tempo de atividade. Esse é um aspecto fundamental do modelo das Startups que adotam um modelo escalável, em busca da conquista de seus objetivos principais: um crescimento rápido e uma grande acumulação de riqueza, mas que nem sempre se concretiza.

Por fim, quando falamos em flexibilidade, estamos nos referindo a uma verdadeira adaptabilidade e ao dinamismo próprios de empresas onde vigora uma mentalidade e boas práticas mais modernas, sem burocracias desnecessárias, sendo este um ponto chave para que seu negócio seja capaz de acompanhar a evolução do mercado em constante mudança.

Se a sua empresa possui essas características, então esse é o guia certo para você, que é fundador ou acionista de uma Startup. Explicaremos, detalhadamente, os principais aspectos de um valuation específico para esse tipo empresarial.

Quando falamos em valuation, é interessante ter em mente que se trata de um processo de análise com o objetivo de determinar um valor econômico justo de uma empresa e, ainda que seja fruto de métodos e análises pautadas em parâmetros e conceitos determinados, sempre manterá um grau de subjetividade.

Nesse sentido, podemos dizer que cada avaliador poderá chegar, e eventualmente chegará, a um resultado diferente em seu laudo. Assim, em uma primeira análise, pode parecer que o resultado de um valuation não passa de uma mera adivinhação, o que não é exatamente verdade. Esta variação decorre do fato de que pessoas diferentes têm formações e trajetórias diferentes, o que resulta em experiências e formas de análise igualmente diferentes.

Ainda que o processo de avaliação possa ser feito por um profissional não especializado ou mesmo alguém que pertença a empresa, vamos mencionar algumas das vantagens de se buscar um especialista no ramo, que poderá conduz uma análise baseada em fundamentos e dados e manter uma abordagem imparcial.

Esperamos que, ao final, você possa ver claramente o diferencial que uma avaliação pode representar para sua empresa rumo ao tão esperado sucesso empresarial e que esteja preparado para iniciar um valuation ciente das principais informações necessárias para que todo processo transcorra com tranquilidade.

A importância de avaliar a sua Startup

É interessante compreender que uma avaliação de uma empresa traz inúmeros benefícios, seja ela uma empresa tradicional ou uma Startup. O objetivo geral ao se buscar um valuation de qualquer empresa é aferir seu valor justo intrínseco ou de mercado, porém no caso das Startups, onde a captação de investimentos é parte do próprio modelo de negócio, a avaliação acaba tendo um papel fundamental por ser um bom indicador da atratividade deste modelo de negócio em si.

Pensando em Startups como uma empresa ainda em seu estágio inicial, que atua em um ambiente de intenso risco e aposta em uma ideia ousada, surge a pergunta: por que alguém investiria em um negócio tão arriscado? De imediato, lembramos daquela antiga premissa de "quanto maior o risco, maior pode ser o retorno". Nesse momento, um valuation pode ser um divisor de águas e ser benéfico para o futuro do seu negócio.

Quando um investidor decide apostar em uma ideia arrojada, imersa em um cenário de incertezas, ele, certamente, não fará isso às cegas. Assim, é necessário que ele possa avaliar esse negócio com base em parâmetros que o ajudem a avaliar o seu verdadeiro potencial. É aqui que uma avaliação será o seu trunfo.

Conceitos básicos: valuation pre-money e post-money

Começando com as noções básicas, o primeiro ponto que você deve entender é a diferença entre pre-money e post-money valuation. Estes são conceitos simples, mas essenciais ao investidor, já que terão resultados totalmente distintos. Portanto, você sempre deve estar ciente de qual dos dois tem em mãos.

O pre-money valuation, nada mais é do que a avaliação da Startup feita antes de aportes financeiros. Essa avaliação pode oferecer aos potenciais investidores a primeira noção do valor real da empresa e o valor de suas ações. A partir dela, será possível ao investidor saber quanto lhe custará investir de modo a ter um determinado percentual de ações da Startup.

Já o post-money, corresponde aquele feito após um aporte, que normalmente vem sob a forma de uma participação, em geral minoritária, chamada equity. Assim, o valuation post-money será feito considerando o pre-money acrescido do aporte feito.

Para ficar mais claro, vamos a um rápido exemplo:

Valuation pre-money: $1 milhão

Aporte do Investidor: $250 mil

Valuation post-money:$1,25 milhão

Nesse caso, com um aporte de 250 mil, o investidor terá 20% das ações (1/5).

O mais interessante é que o cálculo realizado para se determinar o valuation pre-money não é tão simples e depende de quantos por cento o investidor está adquirindo. Neste mesmo exemplo, caso o investidor quisesse comprar 25% de ações, ao invés de 20%, ele poderia fazê-lo sem modificar o valor aportado.

Agora, perceba como os valores mudam:

Valuation pre-money: $750 mil

Aporte do Investidor: $250 mil (representando 25%)

Valuation post-money:$1 milhão

Definido o valor do aporte e de quantos por cento da empresa esse investidor estará adquirindo, encontramos o valor post-money. Agora para chegar ao valor pre-money, será preciso subtrair o valor investido. Para facilitar o exemplo, não consideramos os futuros rounds de investimento e nem futuras diluições de participação dos sócios.

Como é possível perceber, o valuation oferece aos investidores também uma análise dos riscos de investimento naquela Startup, já que quanto maior for o valor estimado através da avaliação pre-money, maior é o seu potencial e mais próximo você está de obter o retorno que busca.

Uma Startup que esteja nos estágios iniciais, sem sequer ter um produto no mercado ou caso tenha, que ainda possui uma participação pouco expressiva, tende a ter um valuation pre-money altamente subjetivo e de baixo valor. Isto se deve aos poucos parâmetros disponíveis para embasar sua avaliação e o risco elevado de não prosperar no mercado.

Os 6 estágios das Startups

O ciclo da vida de uma Startup é marcado por alguns estágios, também chamados de fases, que constituem seu caminho de desenvolvimento rumo ao sucesso financeiro e a uma maturidade empresarial, momento em que os empreendedores visam, sempre que possível, a abertura do capital. Não há um consenso entre analistas quanto ao número de estágios, mas há uma tendência majoritária seguindo uma divisão sistemática em seis estágios clássicos:

1º estágio – Concepção e Pesquisa (Concept and Research)

Este é o ponto inicial, onde os fundadores, partindo de uma ideia que acreditam ser inovadora, criam um conceito do seu projeto. Ter uma ideia interessante não significa que ela irá dar certo; a pesquisa e o esforço são fundamentais para fazer seu projeto decolar. Muitos desistem pelo caminho, mas aqueles que criam uma boa estratégia, mantém uma disciplina de trabalho e realizam pesquisas de mercado minuciosas e constantes já estão no caminho certo para o sucesso.

Nesse momento, é importante que o empreendedor analise a fundo o mercado no qual pretende entrar e seu público-alvo através de alguns questionamentos como:

● Seu produto é necessário ou essencial?
● O que o seu produto tem de inovador e como ajudará na vida do público-alvo?
● Já existem concorrentes no mercado?
● Caso tenham concorrentes, qual é o diferencial do seu produto?

Uma abordagem honesta sobre a sua ideia, seguida de um planejamento viabilizam a elaboração de um business plan (plano de negócios) e de metas para o desenvolvimento da sua empresa.

2º estágio – Compromisso (Commitment)

A transição entre as ideias para o plano fático com a criação da sua empresa marca o início do segundo estágio. Agora, a Startup já começa a desenvolver um projeto, cria um processo de produção e começa a formar uma equipe de profissionais qualificados e dedicados àquela ideia.

Nesse momento, também é comum a adoção de uma estratégia conhecida como MVP (minimum viable product ou produto mínimo viável), com a elaboração de uma versão beta ou um protótipo para um lançamento antecipado no mercado, ainda que, geralmente, restrita a um pequeno grupo de usuários.

A ideia por trás do MVP é de proporcionar aos criadores um feedback constante do público de modo a validar e aprimorar seu protótipo. Ainda que seja possível a entrada de investidores em outras etapas, este é, por excelência, o momento de começar a prospecção de investidores, que terá a seu favor a existência de um MVP capaz de gerar resultados reais. É aqui que os conceitos de valuation pre e post-money passam a ser fundamentais para conduzir sua estratégia empresarial.

3º estágio – Tração (Traction)

Também chamado de validação, é neste estágio que ficará claro se a sua ideia é realmente viável ou não. Este não é o momento de alavancar suas vendas, mas sim de construir uma base sólida de usuários ou clientes além daqueles que já tiveram acesso ao seu MVP.

Neste período, que costuma ocorrer ainda no primeiro ano de vida das Startups, o principal objetivo é viabilizar esse feedback do mercado para implementar melhorias e eventuais ajustes necessários para que o seu produto seja impulsionado, daí o nome tração.

4º estágio – Refinamento (Refinement)

Geralmente, o segundo ano de atividades coincide com o 4º estágio que, como o próprio nome já sugere, é o verdadeiro refinamento do seu produto seguindo as tendências de mercado que você já pode observar em seu público até agora. Este é ainda um momento de otimização do seu processo produtivo, com uma análise voltada para uma maior eficiência do fluxo de trabalho interno da sua empresa.

Claro que não existe uma receita infalível, mas neste momento, é fundamental que você teste suas estratégias, sempre monitorando o feedback dos consumidores, conduzindo um monitoramento das mídias sociais e até mesmo uma pesquisa de marketing de modo que possa continuar a aperfeiçoar seu produto ou serviço.

5º estágio – Escalonamento ou expansão (Scaling)

Agora sim, a empresa atinge um patamar de expansão de mercado, com enfoque na prospecção de novos clientes e investimentos. Ainda que já exista um produto sólido, deve-se manter o aprimoramento das estratégias de marketing, buscando uma ampliação da sua base de usuários.

É vital que você se mantenha sempre atualizado naquilo que há de novo no mercado, evitando ser ultrapassado por concorrentes, com produtos similares, que acompanharam a evolução enquanto o seu permaneceu estagnado. Este estágio de escalonamento ou expansão pode durar anos até que você consiga se estabilizar no mercado como uma marca consagrada e de renome.

6º estágio – Estabilização (Establishment)

Para as Startups que chegam até o sexto estágio, esse é o momento de estabilização da marca e é quando tal denominação perde seu sentido e você considerar que tem em mãos uma empresa estabelecida. Este momento é marcado por um crescimento considerável e não costuma ocorrer antes de 3 ou 4 anos após sua criação. Muitas Startups só atingem sua estabilização dentro de 5 anos ou mais.

O momento agora é de manter sempre a atenção para o marketing, mantendo-o de acordo com as tendências do mercado, e centrar na fidelização dos seus clientes. Geralmente é nesse estágio em que as Startups começam a se tornar lucrativas.

Um mentor pode ser o diferencial que você precisa

Todos esses estágios que enumeramos são comuns aos ciclos de vida de uma Startup e ainda que existam durações aproximadas para cada estágio, tais valores sempre são calculados a partir de uma média. Existem formas de você otimizar seus estágios e potencializar suas chances de sucesso e uma delas é contar com a ajuda de um mentor.

Um mentor é alguém mais experiente no seu campo de atuação. Ainda que não necessariamente mais velho, é alguém que já passou, na prática, por aquilo que você está passando agora. É uma pessoa que já cometeu inúmeros erros em sua jornada até chegar aos acertos e, portanto, poderá lhe oferecer conselhos valiosos para ajudar a tornar a sua trajetória mais fácil.

Portanto, mentores são pessoas que:

● Têm uma experiência que não se obtém em livros, mas apenas na prática;
● Potencializam a sua chance de sucesso;
● Oferecem inúmeras oportunidades de networking na área de atuação;
● Pode lhe trazer segurança na tomada de decisões;
● Têm uma inteligência emocional elevada e lhe ajudarão a ter maior controle sobre suas emoções;
● Oferece apoio e encorajamento.

Nem sempre encontrar um mentor é uma tarefa simples, mas todos nós podemos aprender com as pessoas ao nosso redor. Buscar alguém que seja a grande referência na sua área de atuação pode ser inócuo, mas sempre temos pessoas por perto que podem nos ajudar a crescer. Observe que, por vezes, seus familiares, amigos, vizinhos ou professores podem te oferecer a orientação que você precisa para seu negócio deslanchar.

Se este não é o seu caso, existem ainda consultorias especializadas que cumprem o papel de um mentor. Ainda que isso tenha um custo, muitas vezes alto, pode ser uma opção para aqueles que, mesmo com uma boa ideia, estão enfrentando dificuldades na concretização do seu negócio.

O valuation como forma de evitar prejuízos

É interessante destacar que a sua Startup sempre será avaliada, ainda que não seja por você mesmo, os investidores buscarão essa análise para que possam conhecer mais sobre o negócio no qual estão interessados em investir. Caso isso aconteça, seu negócio poderá estar vulnerável a uma avaliação descuidada ou mesmo equivocada.

Perceba que ao não avaliar a sua Startup, você estará sujeito a ser confrontado com avaliações feitas por terceiros, sejam eles possíveis compradores ou investidores, e é aqui que os prejuízos podem aparecer. Pessoas agindo com má fé ou mesmo com uma motivação individualista podem oferecer um valor muito abaixo do que seria justo pelo seu negócio. Sem um valuation para servir como referência, você pode acabar vendendo sua empresa sem sequer ter noção do seu valor real.

Ainda que não haja má fé de terceiros, pode acontecer também da avaliação estar equivocada por ter sido elaborada por um profissional que não seja especializado, o que pode produzir um laudo completamente inverídico, seja pela aplicação de uma metodologia que não seja a mais adequada ou mesmo por sua má aplicação.

Metodologias de valuation

Para conduzir a avaliação da sua Startup, o avaliador possui diversas metodologias a seu dispor e vamos mostrar as quatro principais. Essas são as metodologias mais utilizadas neste ramo e possuem fundamentos mais sólidos, o que significa um menor grau de subjetividade.

Cada metodologia a seguir apresenta suas vantagens e desvantagens. Isso significa que uma metodologia que funcionou para sua Startup em um momento, pode não ser a melhor opção em outro. O mesmo pode acontecer caso você tenha duas empresas distintas, onde as especificidades de cada uma podem interferir na escolha dos critérios. Por isso, é interessante conhecer as principais metodologias e quais são suas aplicações.

1 – Método dos Múltiplos de Mercado (Avaliação Relativa)

Esta primeira metodologia é bastante usada no mercado americano e consiste em uma abordagem mais simples e rápida de avaliação. Está baseada na comparação entre os "múltiplos" da empresa avaliada com os de outras que atuam dentro de um mesmo setor, por isso recebe também a denominação Avaliação Relativa.

Múltiplos é a terminologia dada aos indicadores utilizados como parâmetro para a comparação entre as empresas do setor e podem ser de diversas naturezas, desde lucro e faturamento até valor patrimonial. Esta escolha dependerá de uma análise do caso concreto, a ser feita pelo avaliador e, portanto, é fundamental que ele tenha uma boa compreensão do segmento de mercado onde a Startup está inserida para que não ocorram distorções.

A seleção deste grupo de empresas, que servirão como parâmetro de análise, é um ponto crítico, onde o avaliador deve eliminar aquelas que possam interferir no resultado, seja por apresentarem múltiplos muito discrepantes ou mesmo por apresentarem uma atuação diferente no mercado.

A interpretação dos dados obtidos também é essencial e deve ser feita com muita cautela, já que a precificação da empresa está intimamente ligada aos valores em análise. Perceba que a subjetividade dessas escolhas é uma das desvantagens deste método e o descuido ou a inexperiência do avaliador podem conduzir a um laudo que fuja da realidade.

Um outro ponto negativo que pode inviabilizar a adoção desta metodologia é a falta de disponibilidade de números e transações recentes das Startups. Estes dados nem sempre estarão disponíveis quando trabalhamos com empresas privadas, mas são fundamentais para realizar a comparação com as demais empresas do ramo.

2 – Método de Liquidação de Ativos

Como o próprio nome já diz, este método é tipicamente empregado nos casos em que a empresa não está economicamente bem e os sócios entendem que chegou a hora de encerrar suas atividades ou mesmo de vendê-la.

Assim, o que será considerado no cálculo são apenas os bens tangíveis e materiais que a empresa possua, como bens imóveis e móveis (maquinário e equipamentos), que possam ser liquidados a qualquer momento como forma de transformar o patrimônio em dinheiro com rapidez. Isto, na maioria das vezes, resulta na redução do preço como estratégia para uma liquidação mais rápida desses ativos.

Os bens intangíveis, por sua vez, costumam não ser considerados durante este cálculo do valuation em função do caráter de urgência com que normalmente se faz a liquidação destes bens. No entanto, existem casos em que a empresa interessada na aquisição da Startup manifesta seu interesse também nestes bens intangíveis, quando então certamente serão considerados.

O objetivo deste método é oferecer ao comprador uma estimativa do valor que poderá obter no caso da sua eventual liquidação em definitivo, caso não consiga mantê-la funcionando. Uma empresa que possua equipamentos de ponta e imóveis certamente terá um valor significativamente mais elevado do que outra que usufrua desses mesmos bens, mas sob locação.

3 – Método do Fluxo de Caixa Descontado (Discounted Cash Flow Method)

O conceito de Fluxo de Caixa é fundamental para a compreensão desta metodologia e significa, portanto, o montante recebido por uma empresa a título de receita subtraído do valor gasto como despesa, durante um certo período de tempo.

Ao adotar essa abordagem para um valuation, busca-se determinar o valor intrínseco do negócio. Este, por sua vez, corresponde ao resultado dos fluxos de caixa da Startup que, dada a previsibilidade atual, podem ser projetados e estimados ao longo do tempo.

Dessa forma, o resultado apurado ao final do valuation corresponde ao seu valor justo, que poderá ser considerado pelos investidores como um retorno futuro ao seu aporte financeiro atual, caso optem por fazê-lo.

Durante o cálculo, o avaliador deve considerar uma taxa de desconto. Tal taxa é calculada com base nos riscos apresentado pela Startup dos fluxos de caixas futuro. Dessa maneira, o valor ao longo tempo (deve-se transformar no valor presente), tanto quanto o prêmio extra que o investidor deseja, são considerados para se determinar se valer a pena investir naquele negócio em detrimento de outros.

Quando uma Startup já comercializa produtos ou serviços e detém uma base de usuários (mesmo que pequena) já será possível fazer projeções utilizando a técnica do Fluxo de Caixa Descontado. Todos os fatores que agregam valor e levam uma Startup a gerar riqueza são computados no cálculo do fluxo de caixa, como:

● Marcas e patentes;
● Base de usuários;
● Contratos com fornecedores;
● Competência de gestão;
● Know how da empresa;
● Cultura e clima organizacional;
● Competências da equipe, etc.

Ao utilizar uma metodologia que considera todos esses elementos no cálculo do valuation, será possível analisar em detalhes o potencial de crescimento de uma empresa, evidenciando ao investidor as possibilidades de geração de riqueza, a partir de um fluxo de caixa livre positivo.

Imagine uma Startup que, há pelo menos 1 ano, apresenta prejuízos financeiros decorrentes dos reinvestimentos feitos onde o objetivo dos fundadores é a manutenção do crescimento. Sem uma análise criteriosa, um investidor poderia deduzir a partir dos números que essa empresa não seria um bom investimento.

Agora suponha que essa mesma Startup, com o reinvestimento feito que originaram os prejuízos financeiros, tenha aperfeiçoado seu MVP, conquistando mais usuários e esteja cada vez mais conhecida e respeitada no mercado. Nesse caso, esta pode ser uma excelente opção de investimento, onde o investidor pode ingressar em um negócio que já possui um crescimento enorme e que nos próximos anos, pode estourar e apresentar lucros exorbitantes.

Esse tipo de análise não decorre de uma mera análise financeira dos livros, mas sim de uma visão global da realidade em que está a Startup, incrementada com uma projeção de seu crescimento feita para os próximos anos. Este é o objetivo principal de metodologias mais complexas, como é o caso do fluxo de caixa descontado.

Mas é importante notar que ela não viável em qualquer situação ou para qualquer empresa, apenas sendo possível utilizar as premissas quando já há um fluxo de caixa e o avaliador tem a possibilidade de calcular a taxa de desconto.

4 – Método do Capital de Risco (Venture Capital Method)

O último método, do Capital de Risco, possui uma abordagem diferente das demais, adotando a perspectiva do investidor e olhando para o valor da empresa com o enfoque voltado para retorno financeiro que deseja ter dentro de um determinado lapso temporal.

"Se eu investir hoje na empresa X, quanto vou ter de retorno dentro de 5 anos?" Essa é a pergunta decisiva que os investidores fazem ao decidirem a respeito do aporte de recursos em um negócio. 

Sabemos que as Startups representam, para um investidor, um potencial gigantesco de lucro e é com esse objetivo que a maioria dos grandes investimentos são feitos nesse mercado. Por isso, criou-se este método, como uma forma de oferecer ao investidor essa estimativa dos seus ganhos futuros, quando chegar seu momento de retirada, ou seja, quando ele fizer o "desinvestimento".

Esse tipo de avaliação também pode ser essencial na tomada de decisão sobre qual o valor máximo que um investidor deve aportar para ter o retorno que deseja, dentro do prazo que está disposto a aguardar. Nesse caso, se você acompanha o crescimento de uma Startup e acredita que dentro de 8 anos, ela já estará valendo 100 milhões, será possível determinar o seu valor de investimento com a ajuda do método de Venture Capital.

Digamos que você deseja ter um retorno de 20 vezes o capital investido nesta Startup e que os empreendedores aceitam ofertas a partir de 1 milhão de dólares para investimentos. Nesse caso, desconsiderando eventuais diluições, teríamos o seguinte:

100 milhões (valor estimado) / 20x (retorno desejado) = 5 milhões (post money valuation)

Agora, basta subtrair o valor do investimento do total referente ao post money valuation para encontrar o pre money valuation: 5 milhões – 1 milhão = 4 milhões.

Neste caso, se a empresa realmente atingir a marca dos 100 milhões, este investidor será o detentor de 20% da empresa e, portanto, nesses 8 anos, terá seu patrimônio avaliado em 20 milhões, originado a partir deste investimento de 1 milhão.

Ainda que possa ser usado para Startups com ou sem faturamento, é mais comum de ser visto quando já existe um faturamento e um MVP. Isto decorre em função das dificuldades que existem quando se faz uma avaliação de uma Startup jovem.

Algumas conclusões sobre as metodologias de valuation

Após conhecer um pouco mais sobre cada um dos principais métodos disponíveis para utilizar na avaliação de Startups, é possível notar que todos apresentam suas vantagens e desvantagens. Não existe, portanto, uma forma certa ou errada e tampouco alguma que seja a mais indicada. A escolha da metodologia empregada deve ser feita com feita com cautela e sempre casuisticamente.

Aswath Damodaran, um dos maiores estudiosos sobre o valuation, diz que não se pode chamar a avaliação de empresas de uma ciência exata, já que sempre haverá espaço para discordâncias; ao mesmo tempo, também não se trata de uma arte, pois pode ser ensinado e aprimorado. Em sua definição, o valuation é, portanto, uma espécie de ofício que pode ser aprendido, estudado e sua técnica aprimorada a partir de sua realização prática.

Os desafios de avaliar uma Startup jovem

Conforme já mencionamos, a vida de uma Startup passa por vários estágios típicos; não importa quais nomes você dê a eles e nem mesmo quantos você entenda que são, suas características se mantém. A trajetória será, geralmente, bastante similar, sendo que o principal diferencial estará no tempo que cada etapa terá de duração no caso concreto.

Todas as Startups iniciam seu ciclo de vida sem um produto ou serviço, de fato, no mercado e tampouco possuem um histórico de vendas ou uma base de usuários. Embora existam casos de empresas que tenham chegado ao estágio de estabilização em um curto espaço de tempo, esta não é a regra.

Ainda que o conceito do que seria uma Startup jovem não seja pacífico, uma boa definição que pode ser adotada é de que a transição para uma empresa madura ocorre quando ela se consolida no mercado e passa a colher os frutos dos investimentos feitos na forma de lucro. Até que atinja esse patamar, essa Startup precisa de altos reinvestimentos e pode ser considerada jovem, independente do seu tempo de vida. Por isso, muitas Startups ainda são consideradas jovens mesmo já tendo entre 5 e 10 anos de operação.

Ainda em seus primeiros estágios, qualquer valuation feito dessas empresas tem um grau de subjetividade ainda mais elevado em decorrência da falta de dados objetivos para análise que, geralmente, são necessários para aplicação das metodologias. Dessa forma, estão sujeitas à avaliações mais baixas pelo grau de incerteza e dos riscos que ainda estão expostas.

Será necessário que o avaliador faça um trabalho minucioso no qual irá ponderar a vontade e a experiência do investidor, de um lado, com o nível de desespero do empreendedor que precisa do financiamento para manter o seu projeto.

Dicas Importantes

Se você é um empreendedor e está em busca de uma avaliação da sua Startup, existem alguns pontos que são interessantes você manter uma atenção especial antes de iniciar esse processo:

1 – Escolha um avaliador com conhecimento do negócio e experiência

Você já pode perceber como a escolha do seu avaliador é uma etapa fundamental para tornar o seu valuation o mais detalhado e realista possível. Um profissional experiente já teve contato com várias empresas e atuou nos mais diversos segmentos. Dificilmente o estudo teórico será completo sem sua aplicação prática. É sempre melhor encontrar profissionais que reúnam esses dois aspectos em sua trajetória no mercado.

Tenha a certeza de estar entregando seu projeto mais valioso nas mãos de alguém com o conhecimento necessário para mergulhar a fundo no seu negócio, compreendê-lo e analisá-lo, observando todas as suas especificidades. Sua confiança no trabalho deste profissional tornará esse processo de valuation ainda mais rico e poderá lhe dar a confiança que você precisa para continuar vendendo a sua ideia para o mundo.

2 – Startups têm um ciclo de vida e prejuízos podem ser normais

Ao decidir concretizar um projeto inovador com a criação da sua própria Startup, você deve estar preparado para o longo caminho que está pela frente e que nem sempre será tranquilo. Estamos acostumados a acreditar que pequenos fracassos são ruins, mas na verdade são através deles que podemos melhorar e não incorrer nos mesmos erros novamente.

No mercado, quando vemos que uma empresa está tendo prejuízos ano após ano, em geral, já associamos a um destino inevitável de falência, o que muitas vezes é uma visão equivocada.

É lógico que prejuízos constantes inviabilizam qualquer negócio, porém a realidade é que as Startups jovens, ao longo de seus primeiros anos de vida, costumam não ter lucro algum. A grande maioria delas deve ser mantida ao custo de um alto investimento, seja ele pessoal ou de terceiros investidores, por pelo menos 5 anos.

Uma análise dos demonstrativos financeiros de uma empresa nesses estágios iniciais poderia indicar que ela não está indo bem, quando na verdade este é apenas o caminho natural para sua maturação. Sua estabilização chega como o resultado de um elevado volume de capital depositado em uma ideia, aliado a competência e a dedicação dos fundadores e sua equipe. Apenas assim, esse projeto estará na trajetória rumo a um futuro onde possa operar com alta margem de lucro.

3 – Às vezes, pode ser melhor buscar investidores apenas mais tarde

Nesses anos iniciais de uma Startup, é muito importante que os fundadores estejam completamente investidos na ideia que estão construindo. Não é fácil atravessar alguns anos de prejuízos e se manter confiante no seu projeto. O que vemos no mercado é que muitas ideias acabam sendo deixadas de lado pelo alto custo de investimento enquanto outras buscam investidores indiscriminadamente.

Porém, é importante ter em mente que ao buscar por esses investimentos, você estará recebendo dinheiro em troca de cotas da sua empresa. Isso parece óbvio, mas muitos empreendedores não percebem que isso pode representar uma diminuição no seu poder decisório sobre o projeto.

Não existe regra, mas muitas vezes, pode ser interessante aos fundadores que tenham condições de manter o negócio com seu financiamento próprio, ainda que a um alto custo, o mantenham sem procurar investidores externos. Dessa forma, o controle sobre seu projeto permanecerá nas suas mãos, sem sofrer interferência de interesses alheios, que não sendo seu idealizador, pode comprometer todo seu futuro.

4 – Busque sempre o máximo de capital pelo mínimo de cotas

Quando o momento de buscar investidores chegar, tenha em mente uma regra de ouro: busque sempre o máximo de capital possível cedendo o mínimo possível de cotas.

Essa frase pode parecer óbvia, mas quando se está a frente de uma empresa para a qual você já dedicou muito do seu tempo, dinheiro e força de trabalho, muitas vezes tomamos decisões impensadas na tentativa de manter o projeto vivo. Assim, quando as dificuldades financeiras começam a aparecer, principalmente nos estágios iniciais, onde o risco do investimento ainda é bem elevado, mantenha a calma e reflita bem sobre cada proposta que receber.

Além disso, também é ideal estabelecer um limite de cotas com o qual você estaria disposto a ceder em troca de financiamento. Essa simples prática pode ser a chave para a manutenção do controle da empresa nas suas mãos.

5 – Esteja atento aos valuations muito acima do esperado

O valuation é o instrumento por excelência de aferição do valor da sua empresa. Claro que o objetivos dos fundadores é de atingir sempre o maior valor possível, mas este valor deve sempre estar dentro da realidade. Assim, ainda que um laudo de avaliação muito acima do esperado possa parecer algo positivo, na verdade ele deve ser interpretado com cautela.

O valuation deve retratar o valor justo de determinada empresa, não devendo ser super ou subdimensionado. Se você acha que sua empresa tem um valor e recebe um valor muito maior, converse com seu avaliador. Este valuation vai determinar um aspecto fundamental da captação de investimentos e quanto maior a avaliação, maior serão os ternos onerosos nos contratos.

Esteja sempre atento para o fato de que cobranças maiores de investidores podem significar grandes sacrifícios ao futuro do projeto, e criar um objetivo voltado apenas para a  satisfação dos anseios de terceiros.

Como sócio, você pode ter uma boa compreensão do seu negócio, ainda mais se tiver um mentor ao seu lado ou se esta não é sua primeira vez a frente de um projeto. Se este é o seu caso, confie no seu conhecimento adquirido.

6 – Use o mercado a seu favor!

Um outro ponto importante é que você pode usar o mercado a seu favor de forma a conseguir uma valorização da sua Startup durante um valuation. Como? Use o princípio da oferta e da demanda! Quando você convida muitos investidores para uma rodada de investimentos, a tendência é que o valuation da sua empresa cresça. Um maior interesse do mercado pelo seu negócio vai afetar diretamente o seu valor e, ainda que esta nem sempre seja uma tarefa simples, não é impossível.

Além disso, durante essa rodada, ainda que apenas um investidor tenha demonstrado interesse, venda a sua ideia! Mesmo que você possa ter suas expectativas frustradas pela pouca procura de investimentos, muitas vezes basta este único sujeito para que, juntos, vocês consigam atingir as metas e objetivos rumo ao sucesso.

Conclusões

Ao longo deste guia, tentamos sistematizar os principais pontos que envolvem um valuation para Startups e produzir um documento que possa ajudar sócios, fundadores e até mesmo investidores durante esse processo.

Sabemos como o mercado de Startups pode ser extremamente ágil e também como é difícil se manter atualizado e atento para não perder oportunidades, nem ser prejudicado com negociações desfavoráveis. Por isso, acreditamos que conhecimento é a sua ferramenta mais valiosa, seja ele sob a forma de um mentor, cursos e treinamentos ou mesmo da assistência de um advogado atuando ao seu lado para orientá-lo.

A decisão de buscar um valuation deve ser feita tendo um conhecimento mínimo do que esse trabalho tem como objetivo e você deve estar preparado para um resultado realista, ainda que não seja o inicialmente esperado. Ao final do valuation, temos certeza que você terá não apenas um conhecimento mais amplo sobre a realidade da sua empresa, mas principalmente, terá a segurança de tomar decisões baseadas em informações e não mais em suposições.

Este artigo foi escrito por Paulo Eduardo Ballestrin, especialista em avaliação de empresas e CEO da Yenom Avaliação Empresarial, especializada em avaliação de empresas e Startups.

Você sabe o que é BNDES? Descubra aqui!

É bastante provável que você já tenha ouvido falar sobre o BNDES em sua vida, especialmente se você é dono do seu próprio negócio. Apesar de ser um termo comum, muita gente não entende a real função desse banco ou não sabe como o seu negócio pode se beneficiar das soluções oferecidas.

Justamente por isso que estou aqui para ajudá-lo a entender melhor como funciona esse banco e o que ele pode fazer pelo seu negócio. Continue lendo esse post e acompanhe tudo sobre a instituição e sua atuação.

Entenda o que é BNDES

A primeira coisa que preciso explicar sobre o BNDES é, justamente, do que se trata esse banco. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é um órgão público federal vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e que tem como objetivo principal fomentar a atividade econômica em diferentes áreas da economia.

A atuação do BNDES é procura gerar renda, empregos e melhorias sociais em diversos setores para o país, de modo que toda a sociedade se beneficie das atividades econômicas apoiadas pelo banco.

Por isso, o BNDES tem ações que vão desde as focadas em empresas voltadas para a infraestrutura até ações que apoiam o comércio e empreendedores individuais, por exemplo.

Saiba como funciona o BNDES

O BNDES funciona principalmente do ponto de vista do financiamento. Se você não sabe como funciona, eu explico: no financiamento oferecido pelo BNDES, é concedida uma determinada quantia financeira, paga em longo prazo, que deve ser utilizada para uma finalidade específica. Isso pode significar a compra de máquinas, melhoria da estrutura, expansão ou modernização do negócio, entrada no mercado exterior, lançamento de novos produtos e assim por diante.

É diferente de um empréstimo, em que o dinheiro pode ser utilizado com qualquer finalidade uma vez que seja concedido e também devido às condições. Como a intenção é favorecer o desenvolvimento, as condições oferecidas pelo BNDES costumam ser mais em conta do que as encontradas em bancos privados, por exemplo.

Além disso, o BNDES possui outras formas de ação. O banco pode adquirir debêntures da organização, por exemplo, que são títulos de dívidas de empregas privadas. Nesse caso, o BNDES se torna uma espécie de investidor, ao mesmo tempo em que ajuda o negócio a ter capital para cumprir com suas obrigações.

Em outros casos, ele oferece recursos não reembolsáveis, ou seja, que não precisam ser devolvidos. São recursos concedidos especialmente em campos como a cultura, ciência e tecnologia e inclusão social.

Durante uma crise econômica, o BNDES trabalha para oferecer soluções que ajudem na recuperação da economia, como incentivos diversos para que haja uma recuperação econômica.

Quais são as principais linhas de crédito?

É necessário também que você conheça quais são as linhas de crédito oferecidas pelo BNDES. Embora elas apareçam em grande quantidade, a seguir vou apresentar as principais e mais utilizadas em diferentes setores da economia. Assim, são elas:

BNDES Finame

O BNDES Finame é um tipo de financiamento voltado para a aquisição de máquinas e equipamentos que sejam previamente credenciados no BNDES.

Esse tipo de operação é realizada de maneira indireta, por meio de instituições financeiras credenciadas.

As modalidades de apoio dessa linha de crédito são destinadas tanto para a empresa que compra o produto, como também para aquela que produz e comercializa. Com incentivos nessas três etapas, cria-se um ciclo virtuoso para a economia.

Nesse sentido, inclusive, o BNDES se divide em três linhas de financiamento: Aquisição e Comercialização de Bens de Capital (BK Capital); Aquisição e Comercialização de Ônibus, Caminhões e Aeronaves Executivas (BK Aquisição Ônibus e Caminhões) e Produção de Bens de Capital (BK Capital).

BNDES Finame Agrícola

Já o BNDES Finame Agrícola tem características semelhantes à linha de crédito anterior, mas é voltada para o setor agropecuário.

Nesse caso, é permitida a aquisição de máquinas, equipamentos e bens tecnológicos em geral e para a automação, desde que credenciados no BNDES.

Além disso, é necessário que esses equipamentos agrícolas sejam produzidos no país, sejam novos e se destinem ao setor agropecuário.

Também é uma linha de crédito intermediada por instituições financeiras credenciadas e o financiamento tem limite variável de 70 a 80% do valor do bem.

Já os prazos variam de 90 meses para aquisição de equipamento e até um ano para a aquisição de soluções tecnológicas e de automação.

BNDES Finame Leasing

O BNDES Finame Leasing, por sua vez, é uma linha de financiamento de aquisição de máquinas, equipamentos e soluções de automação que sejam voltadas para o arrendamento de mercado.

As regras para o que pode ser financiado são as mesmas do Finame tradicional, mas o valor do limite de financiamento varia. Nesses casos, equipamentos mais básicos podem ter até 40% do valor financiado, enquanto os que envolvem tecnologia e que estejam listados têm até 70% do valor. Quanto aos demais, o limite de financiamento é de 50% do valor total.

Os prazos também diferem quanto ao tipo de produto, mas no caso dos ônibus e aeronaves, por exemplo, o prazo varia de 6 anos até 10 anos, dependendo das características de cada veículo.

BNDES Automático

O BNDES Automático, por sua vez, oferece financiamento por meio de instituições financeiras credenciadas em valores que sejam iguais ou inferiores a R$ 20 milhões. Esse valor, devo ressaltar, é também o limite de financiamento a cada 12 meses.

Nesse tipo de linha de crédito o financiamento é oferecido tanto para projetos de desenvolvimento e inovação, como também em investimentos que ajudem a ampliar, recuperar ou valorizar ativos fixos do negócio.

Quanto à área de atuação, empresas de diferentes setores da economia podem obter esse tipo de financiamento.

As linhas de financiamento são voltados para as micro, pequenas e médias empresas (MPMES) e também para as médias-grandes e grandes empresas. Nesse sentido, inclusive, há linhas de financiamento destinadas para setores prioritários, como geração de energia sustentável, estrutura de transporte e gestão de resíduos industriais e urbanos e para os demais setores.

BNDES Finem

Já o BNDES Finem funciona exatamente como o BNDES automático, só que com limite superior a R$ 20 milhões. Dentro de determinadas exceções, inclusive em relação à região física de investimento.

O apoio pode acontecer de maneira direta ou indireta, sendo que pode ficar a critério do banco a decisão da forma de apoio. Empreendimentos que se relacionem à comunicação, propaganda e jornalismo, entretanto, só podem ser apoiados de maneira indireta.

Essa linha de crédito também possui diversas linhas de financiamento dependendo do setor. No caso de energia, por exemplo, existem linhas para transmissão e distribuição de energia, enquanto para logística há financiamentos para o modal ferroviário e rodoviário, dentre outras possibilidades.

BNDES Project Finance

O BNDES Project Finance, por sua vez, é uma linha de crédito mais complexa e mais específica para certas atividades.

No geral, ele exige uma estrutura de operação de crédito que seja realizada por uma sociedade de ações. Para isso, algumas das exigências incluem que as receitas cedidas em benefício dos financiadores, que o fluxo de caixa justifique o projeto, que o cliente seja uma sociedade por ações e outras características.

Nesse tipo de operação existe também uma análise de risco feita pelo BNDES e que avalia questões, como o grau de alavancagem e risco operacional do projeto.

Também existem garantias pré-operacionais e pós-operacionais de modo que os recursos fornecidos gerem os resultados desejados, além de serem exigidas garantias reais.

Cartão BNDES

Já o cartão BNDES é uma das linhas de créditos mais populares e mais abrangentes oferecidas pela instituição.

Esse cartão oferece um crédito pré-aprovado que conta com as menores taxas de juros do mercado. Com esse cartão, é possível realizar a compra de equipamentos, maquinário e outros insumos que sejam necessários para o desenvolvimento e sucesso do negócio.

É uma linha de crédito especialmente voltada para as MPMES e o crédito tem limite máximo de R$ 1 milhão. Os produtos devem estar credenciados no Portal de Operações de BNDES e o cartão pode ser emitido por bancos públicos e privados.

Quanto às prestações, elas variam de 3 a 48 meses, mas os bancos emissores do cartão podem oferecer outras condições.

BNDES Microcrédito

O BNDES Microcrédito concede empréstimos de baixo valor para microempreendedores de diversas áreas e com diferentes níveis de formalização.

A principal justificativa para a existência dessa linha de crédito é o fato de que muitos microempreendedores não possuem acesso às ofertas de crédito tradicionais, seja porque ainda não possuem o perfil adequado ou porque as condições oferecidas não os atendem.

Como é feito de maneira indireta, condições como limite do financiamento e taxas de juros devem ser definidas pela instituição intermediária.

BNDES Exim

O BNDES Exim fornece financiamentos voltados para o incentivo da exportação de bens e serviços. Para isso, ele possui cinco possibilidades diferentes: BNDES Exim Pré-Embarque, Pré-Embarque Empresa Inovadora, Pré-Embarque empresa Âncora, Pós-Embarque ou Automático.

A escolha da linha de crédito adequada depende do momento em que a empresa necessitará de financiamento e também do tipo de negócio. No geral, o valor de financiamento varia entre 30 e 70% dos bens a serem exportados e o prazo pode chegar até 3 anos, no geral.

BNDES Soluções Tecnológicas

O BNDES Soluções Tecnológicas completa a lista com as principais linhas de crédito, mas é uma opção diferenciada das demais.

Por ser voltado para a comercialização de soluções tecnológicas no país, ele também é responsável por favorecer a comunicação entre quem vende e quem compra.

No geral, as soluções financiadas pelo BNDES são as oferecidas por empresas especializadas em tecnologia, universidades e outras instituições que sejam devidamente credenciadas.

A empresa que quiser adquirir uma dessas soluções deverá solicitar o financiamento que ocorrerá mediante determinadas condições como taxas e prazos de pagamento. Até maio de 2016, entretanto, era uma solução apenas em fase de captação de fornecedores.

Quem pode solicitar linha de crédito?

No geral, cada linha de crédito possui características únicas e que fazem com que uma empresa possa ou não realizar a sua solicitação. No caso do cartão BNDES, por exemplo, ele é uma linha de crédito voltada para micro, pequenas e médias empresas, que recebem a prioridade na concessão desse crédito.

O Finame Agrícola, por sua vez, é limitado para empresas que sejam atuantes nesse setor específico, enquanto o Finame é aberto a sociedades nacionais, estrangeiras e fundações, empresários individuais que possuam CNPJ ou empresas individuais de responsabilidade limitada, por exemplo. Além disso, a linha de crédito também aceita transportadores autônomos, assim como associações, condomínios e sindicatos.

Já no microcrédito, a oferta é limitada para empresas que tenham receita anual bruta igual ou inferior a R$ 360 mil. No BNDES Automático, por sua vez, podem solicitar sociedades, autarquias, empresas individuais, consórcios, condomínios e pessoas físicas caracterizadas como produtores rurais. Por outro lado, clubes e sindicatos ficam proibidos de ter acesso à linha de crédito.

Assim, tudo depende da linha desejada para que se possa avaliar quem poderá solicitá-la. As linhas mais conhecidas, entretanto, normalmente podem ser solicitadas não apenas por empresas de diferentes portes, mas também por pessoas físicas que possuam atuação específica no mercado, como é o caso de microempreendedores individuais.

Onde posso utilizar linha de crédito?

Cada linha de crédito possui uma indicação própria de uso. Isso significa que dependendo do tipo de crédito ao qual você teve acesso, você deverá utilizá-lo para fins específicos. No caso do Finame, por exemplo, é obrigatório adquirir itens como máquinas e equipamentos em geral.

Já no caso do Exim, os recursos são voltados para a exportação dos produtos e entrada no mercado exterior. Por sua vez, o cartão BNDES permite a aquisição de uma série de produtos licenciados pelo BNDES que vão desde equipamentos de estrutura até de melhoria e valorização dos ativos fixos.

Dentre todos, o microcrédito é o único que oferece a possibilidade de funcionar como um empréstimo. Assim, quem solicita esse tipo de linha de crédito tem mais liberdade para usá-lo como achar mais conveniente e adaptado para o seu negócio.

Cartão BNDES: tudo que você precisa saber

O Cartão BNDES é a linha de crédito mais indicada para micro, pequenas e médias empresas, então é conveniente que eu esclareça mais a respeito dessa linha tão popular. Basicamente, como dito anteriormente o Cartão BNDES é uma linha de crédito que oferece um cartão com crédito pré-aprovado de até R$ 1 milhão e que pode ser utilizado para adquirir diferentes itens necessários para o negócio.

Para ajudá-lo a entender mais sobre essa linha de crédito, conheça a seguir tudo o que você precisa saber sobre o assunto:

Como solicitar o Cartão BNDES?

A solicitação do Cartão BNDES é feita de maneira totalmente on-line, diretamente pelo site da instituição.

Depois que clicar em “Solicite seu Cartão BNDES”, você será redirecionado para a ficha de solicitação em que deverá informar o CNPJ, o CNAE Fiscal, o setor e o ramo de atividade. Sua empresa deve estar totalmente regularizada, com INSS, FGTS e tributos federais em dia.

Além disso, você deverá escolher a bandeira do seu cartão. Atualmente, as opções incluem Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco Santander, Banestes, Banrisul, Bradesco, BRDE, Caixa, Itaucard, SICOOB e Sicredi.

Essa escolha deve ser feita com cuidado, já que é a instituição financeira é a responsável por realizar a análise e aprovação de crédito.

Também será necessário abrir uma conta-corrente, em nome da empresa, no banco escolhido para a emissão do cartão. Isso porque, todas as compras e pagamentos das parcelas serão feitas por intermédio dessa compra, então o relacionamento é estabelecido dessa maneira.

Uma vez que você avance no processo de solicitação, poderá fazer sua proposta com o valor desejado e também deverá fornecer os outros documentos. Depois, é só aguardar a análise de crédito do banco escolhido.

Qual é o limite do Cartão BNDES? Terei acesso ao crédito de R$ 1 milhão?

Como o Cartão BNDES financia até R$ 1 milhão, é comum que muitos empresários achem que terão acesso a esse valor integral uma vez que solicitem o cartão. A verdade, entretanto, é que esse é o limite máximo estabelecido pelo BNDES, mas o limite individual do seu cartão será definido pelo banco escolhido.

Mediante uma análise de crédito e da situação da sua empresa, o banco definirá quanto de crédito você poderá utilizar. Esse valor, inclusive, até pode ser de R$ 1 milhão, desde que o banco comprove que a sua empresa possui a capacidade de pagamento para utilizar um crédito desse tipo.

Posso solicitar mais de um cartão BNDES?

Embora você só possa ter um Cartão BNDES por banco, é possível solicitar mais de um cartão em instituições diferentes. Como assim? Eu explico: imagine que você solicitou seu primeiro cartão BNDES no Banco Santander. Embora venha sendo muito útil, o limite ainda não atende todas as solicitações do seu negócio.

Nesse caso, então, você poderá fazer uma solicitação no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal, por exemplo. Se quiser você poderá solicitar um Cartão BNDES para cada instituição financeira, mas isso não significa que todos serão aprovados.

O que posso comprar com o Cartão BNDES?

Uma vez que você esteja com o cartão BNDES em mãos, você poderá adquirir produtos e serviços que se relacionem às atividades necessárias para o seu empreendimento.

A relação completa de produtos e serviços se encontra no site do cartão, mas, em geral, você pode adquirir bens novos como veículos, maquinário, embalagens, matérias-primas para fabricação de móveis, peças necessárias para a modernização de bens ativos e materiais para a construção civil que estejam autorizados.

Quanto aos serviços, você pode contratar serviços de avaliação de conformidade, serviços de pesquisa e desenvolvimento, serviços de design de embalagem, cursos voltados para a hospitalidade e atendimento, especialmente os de idiomas e outras opções.

É preciso tomar cuidado, entretanto, com o que não pode ser financiado pelo cartão BNDES. Usar os recursos como capital de giro, por exemplo, não é permitido, assim como não podem ser adquiridos bens como armas, produtos importados, insumos que não sejam autorizados pelo banco e compra de imóveis e terrenos.

Além disso, o cartão BNDES não pode ser utilizado para adquirir veículos se a empresa atua diretamente na venda desses itens.

Quais as vantagens do Cartão BNDES?

A primeira e principal vantagem do Cartão BNDES é que ele oferece crédito com as taxas mais baixas do mercado. Isso significa que você é capaz de adquirir produtos necessários para o desenvolvimento do seu negócio e paga taxas mais baixas do que em quaisquer outras instituições disponíveis no mercado.

Como resultado, sua dívida é menor assim como o impacto financeiro no orçamento do seu negócio. Como você pode manter seu negócio sempre atualizado e com a estrutura adequada por um preço menor, o resultado é que você ganha uma vantagem competitiva em relação aos negócios do seu ramo de atuação.

Além disso, utilizar o Cartão BNDES é uma forma de aumentar continuamente a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos a seus clientes, gerando cada vez mais valor agregado. Não menos importante, é uma forma mais fácil de acesso a crédito, sendo mais simples do que a maioria dos financiamentos tradicionais.

As taxas de juros pré-fixadas e o pagamento em até 48 vezes são outras vantagens de utilizar esse tipo de linha de crédito para favorecer o seu negócio.

Conclusão

O BNDES é um órgão público muito importante para o estímulo da economia feito por meio do incentivo a uma série de empreendimentos em tamanhos e áreas diferentes. Com o oferecimento de uma grande variedade de linhas de créditos, o BNDES é responsável por estimular a economia brasileira e por ajudar os negócios a se fortalecerem no mercado.

Dentre as linhas de créditos, o Cartão BNDES é o mais indicado para micro, pequenas e médias empresas que precisem de uma ajuda extra para ganhar mais força no mercado. Se esse é o seu caso, recomendo fortemente que você considere a possibilidade de utilizar essa linha de crédito para financiar o sucesso do seu negócio de maneira prolongada.

Sobrou alguma dúvida sobre o que é o BNDES ou como ele atua? Então deixe um comentário, com suas impressões e questionamentos!

CAGR – Como calcular este KPI fundamental

CAGR é um KPI que representa uma taxa de crescimento composta de um determinado período. Dificilmente você vai analisar um relatório financeiro que não utilize o CAGR. É muito utilizado representar o desempenho de empresas ou startups.

O que é CAGR

Quando eu comecei a prestar mais atenção em startups, notei que uma sigla – CAGR, que eu não tinha a menor ideia do que se tratava, estava sempre presente em apresentações e gráficos. Então eu resolvi pesquisar para entender melhor sobre o que se tratava.

Depois de ler alguns artigos, percebi a importância da definição, e ela acabou se tornando um recurso bastante útil. Esta sigla é o CAGR (Compound Annual Growth Rate), em português significa Taxa Composta Anual de Crescimento.

Este índice representa a taxa de retorno de um investimento em um determinado período de tempo. Exatamente por este motivo é muito comum encontrá-la quando estamos falando de crescimento de mercado (Market Size, TAM, SAM, SOM, …).

A grande vantagem é que você consegue apresentar em um único dado, uma informação relevante por todo o período. Vale ressaltar que essa não é a taxa de retorno real, é um número fictício que descreve a taxa à qual um investimento teria crescido se a taxa fosse constante.

Um exemplo de como calcular o CAGR

Em janeiro de 2012 eu decidi fazer um investimento de R$10.000,00 em um determinado negócio. Em Janeiro de 2013 o meu investimento já havia passado para R$13.000,00, em Janeiro de 2014 a taxa de retorno foi um pouco menor e só aumentou mil reais, ficando em R$14.000,00. Em janeiro de 2015 o meu retorno foi excelente, chegando a R$19.500,00. Neste momento então eu decidi fazer a minha saída e retirei todo meu dinheiro.

Qual é o CAGR da operação acima?

Fórmula: CAGR = (Valor final / Valor inicial) ^ (1/qtd anos) -1

  • Valor inicial = Valor aplicado inicialmente no investimento
  • Valor final = Valor que você retirou quando fez a saída do investimento
  • Qtd de anos = Quantos anos você ficou no investimento?

Resultado

  • 19.500 / 10.000 = 1.95
  • CAGR = 1.95 ^ 1/3 (3 anos) = 1.2493
  • CAGR = 1.2493 – 1 = 0.2493 = 24.93%

Da próxima vez que você estiver assistindo a uma apresentação ou analisando um gráfico de crescimento e observar a sigla ao lado dos números, espero que você lembre deste artigo e do que se trata.

Pareto: O Mínimo de Esforço para o Máximo de Resultado

Em meio a tantas sugestões destinadas a empreendedores que almejam melhorar o desempenho de uma startup, o Diagrama de Pareto é, com certeza, um mecanismo que deve ser aplicado tanto para resolver um problema quanto para entender melhor os entraves que prejudicam um negócio. Isso porque a ferramenta permite uma rápida visualização, baseada em dados numéricos, dos pontos que merecem mais atenção para resolver um problema.

Resumidamente, o diagrama vai mostrar, de forma ordenada, quais pontos merecem ser priorizados para que o empreendedor possa sanar uma falha de um modelo de negócio com menor esforço. Acredite, quase nunca, “atacar” diversos focos de um problema vai ter um resultado satisfatório. Afinal, estamos falando de uma empresa iniciante, que não pode direcionar recursos, como tempo, contingente e dinheiro, sem considerar o retorno.

Por consequência, ele serve também como guia para aprimorar métodos e fazer um planejamento.

Conhecendo o Diagrama de Pareto

Criado pelo economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), o diagrama é uma ferramenta de controle qualidade alicerçado no Princípio de Pareto, também conhecido como Lei 80/20. Este princípio, recorrente no ramo da administração, afirma que 80% das consequências vêm de 20% das causas.

Veja um exemplo para entender o princípio: ao abrir uma loja on-line para revender bolsas, o empreendedor conclui que não terá condições de ter em seu portfólio todas as marcas de grife disponíveis. A solução, seguindo a Lei 80/20, seria investir em 20% nas bolsas mais vendáveis para gerar 80% de lucro. Enquanto estudava sobre isso, o economista descobriu também que 80% da riqueza mundial pertencia a 20% da população.

Quais dados servem para fazer um Diagrama de Pareto?

A vasta aplicação do diagrama o torna relevante e valioso para o mundo dos negócios. É possível fazer uso do diagrama para quaisquer situações que gerem dados numéricos passíveis de serem separados em categorias, não importando o ramo da empresa.

Suponhamos que a loja on-line não esteja indo bem porque o índice de devoluções de bolsas cresceu exponencialmente nos últimos seis meses. Nesse caso, para construir o gráfico será necessário conhecer as causas que levaram as devoluções (categorias), como “atraso de entrega”, “produto chegou danificado” e “produto não parecia com a foto do site”, e a quantidade de ocorrências em cada uma delas (dados numéricos) em um determinado período.

É importante que todos os dados sejam coletados precisamente para que essas duas variáveis exponham um panorama fidedigno à realidade de sua startup.

Análise do resultado

Depois de levantados os dados, é hora de realizar os cálculos que envolvem soma e porcentagem. Comparado outras ferramentas administrativas de análise, o processo para obter os resultados é simples e, em geral, não toma muito tempo e pode ser feito no Excel. Quando você tiver terminado, poderá ver facilmente que a linha 80% “separa” as causas de seu problemas realmente merecem sua atenção.

Seguindo nosso exemplo, vamos considerar que a causa “produto não parecia com a foto do site” representa os 20% responsáveis por 80% das devoluções. Nesse caso, a primeira atitude seria revisar as fotos do site e conversar com o responsável pelas fotografias e, assim, consertar uma causa entre várias para solucionar, no entanto, a maior parte de seu problema.

Obviamente não estamos falando de uma lei, por tanto espere que as curvas variem, nem sempre serão 80/20, mas 70/30, 65/35 e assim por diante. No fim das contas, o importante é buscar sempre o mínimo de esforço para o máximo de resultado.

Outra ferramenta que você pode utilizar é o Diagrama de Ishikawa e para controlar as metas do seu time e os planos de ação, leia sobre o PDCA.

ARPU

Todo empreendedor sabe que um bom planejamento é fundamental para o futuro dos negócios. Mas para que eles não parem de crescer, também é preciso constantes diagnósticos, pesquisas e projeções de futuro. Uma ferramenta importante nesse processo é a ARPU, uma fórmula que contribui para as análises da sua empresa.

A ARPU (Average Revenue Per User), ou “receita líquida média por usuário” em português, é uma métrica utilizada para calcular o valor da receita que cada cliente gera para a empresa em determinado período. Mas como utilizá-la? Entenda melhor a ARPU no artigo abaixo:

Calculando a ARPU

Para o cálculo de ARPU basta dividir a receita média global gerada pela empresa em determinado período de tempo pela média do número de clientes que adquiriram seus produtos ou serviços no mesmo período – semana, mês ou ano.

Suponhamos: uma startup oferece soluções de tecnologia e trabalha com assinaturas mensais. Em abril, a receita da empresa foi de R$100.000,00 e, no inicio do mês, a carteira de clientes contava com 400 assinantes. No final do mês, porém, a carteira passou para 500 assinantes.

Para calcular o ARPU é necessário tirar a média de clientes durante o mês – 400 mais 500, dividido por 2, resultando na média de 450 assinantes. Portanto, o ARPU de abril seria a receita daquele mês (R$100.000,00) dividido pela média do número de assinantes no mês (450), ou seja, R$ 222,22 por cliente no período de abril.

Utilizando a ARPU

O cálculo do ARPU pode servir para diversas finalidades. A principal delas é a possibilidade de medir o desempenho da empresa sobre cada cliente. Essa métrica funciona como uma espécie de termômetro para identificar com precisão tendências positivas e negativas de seus serviços.

Além disso, esse medidor compara dados de diferentes períodos de tempo ou diferentes tipos de serviços, e auxilia a medir como estão setores gerais e específicos da sua empresa, identificar áreas de força e fraqueza, e também a oferecer dados sólidos para um balanço de desempenho.

Aumento do índice de ARPU

Todas as empresas que trabalham com o cálculo do ARPU almejam que esse índice sempre aumente. Ou seja, que a receita por usuário cresça. Maior quantidade de clientes não significa necessariamente maior faturamento, e o ARPU permite que as medições base para projeções de crescimento sejam feitas sobre o rendimento gerado por cada cliente e não sobre o número total deles.

Quando a empresa oferece diferentes planos de serviço, uma das formas de aumentar o índice do ARPU é fazer com que o cliente adquira um plano mais caro ou outros serviços extras agregados, as estratégias de upsell e cross-sell, respectivamente. Portanto, nesse caso, qualidade – maior receita por usuário – pode ser melhor que quantidade – maior número de usuários.

Agora você está por dentro do que é ARPU. Sabendo utilizá-lo no seu negócio, essa fórmula contribuirá com a eficiência da sua base de assinantes, ajudará a identificar áreas específicas que precisam ser melhoradas, além de vantagens relacionadas aos rendimentos por cliente.

Outro KPI fundamental para se manter controle na sua empresa é o LifeTime Value.