O MVP, sigla para “Minimum Viable Product” (ou “Produto Minimamente Viável”, em português), pode ser uma das primeiras etapas do processo empreendedor. Eleger um MVP significa observar e coletar dados sobre clientes e criar situações práticas de negócio que façam com que a startup aprenda rapidamente o que falta para aplicar preços, funcionalidades e, enfim, lançar uma solução inovadora. Sobre o assunto, neste post eu explico por que você deve começar a sua startup por um blog.
A prática ajuda a investir em um produto certeiro, que seja realmente útil para as pessoas. Além disso, depois de algum tempo de prática de MVP na sua startup, será possível prever os fatos antes que eles aconteçam, lançar novidades antes que seja tarde demais.
Além de ser usado para testar a utilização do produto e seus recursos, o MVP também serve para testar as demandas dos usuários. Ou seja, o experimento pode estar centrado no produto em si ou em outros componentes que permitam validar hipóteses do negócio.
O modelo MVP ajuda a estruturar claramente o problema que o produto se propõe a resolver. Ele pode ser usado para validar as idéias, que podem ser testadas e aprimoradas repetidamente. Mesmo ganhos mínimos podem ser decisivos para a viabilidade do produto no mercado. Como o processo é parte de conceitos já concebidos pelo empreendedor e da simplicidade, tem a vantagem de ser ágil, ideal para startups que estejam em situação de incerteza, ou necessitam de economia de tempo e dinheiro.
Estabelecendo hipóteses para o MVP
Se você ainda não tem um protótipo, ou tem, mas quer tornar o processo ainda mais eficiente, sugiro que crie um modelo de negócios utilizando o Business Model Canvas. São 9 blocos que definem os componentes básicos da sua startup:
- Segmentos de clientes
- Propostas de valor
- Canais
- Relacionamentos com cliente
- Fontes de receitas
- Recursos chave
- Atividades chave
- Parceiros chave
- Estrutura de custos
Se a sua criação parte totalmente do zero e ninguém fez algo parecido, é mais difícil encontrar parâmetros de comparação que ajudem a definir um MVP. A melhor forma é fazer testes rápidos (quantos forem necessários) e aprender o que dá certo ou não.
Caso ainda não tenha estudado a fundo o mercado em que pretende atuar, busque referências e conhecimento para passar com propriedade a etapa do MVP e colocar em prática suas concepções.
Mensurando seu MVP
Para aprender o que é necessário para alavancar seu produto ou resolver um problema é preciso estabelecer métricas para analisar o feedback de clientes em potencial e dos que já são usuários do serviço.
O ideal é que os resultados dos testes sejam rápidos e fáceis de analisar. No meu livro “DONO” detalho bastante este tema.
Alguns cases interessantes: Para validar o conceito de compras coletivas, o site Groupon começou com um blog de ofertas que repassava os cupons em formato PDF, feitos manualmente. Outro caso é o da Zappos, que para testar a ideia de venda de sapatos pela internet abriu o seu site com alguns modelos e, quando as pessoas compravam, a equipe corria para uma loja física, adquiria o par de sapato e enviava para o cliente.
Selecionando recursos
Uma vez que essas empresas ganham conhecimento com provações de mercado, elas colocam o aprendizado em prática e percebem que há espaço para assimilar coisas novas. Não deixe que o cliente perceba a “fragilidade” do seu MVP, por mais manual e “feio” que você esteja fazendo no começo, atenda o cliente de forma impecável.
Se o seu negócio é totalmente baseado na web, vale a pena utilizar as ferramentas que ela proporciona, SEO, landing pages, teste A/B, Google Adwords, Facebook Ads, ou mesmo blogs, como fizeram as startups do exemplo acima.
Em linhas gerais, para produtos corporativos de alto valor agregado, a recomendação é testar inicialmente a demanda por meio de apresentações e entrevistas com potenciais clientes. Para produtos voltados para pequenas e médias empresas ou para o consumidor final, testar a demanda via web também é essencial. Dependendo do caso, os testes da experiência com o produto também passam a ser importantes.
Já para produtos B2C, onde o modelo de negócio é venda de publicidade, que por sua vez exige a adoção de larga escala de usuários, os MVPs devem caminhar mais fortemente em direção à construção do próprio produto.
O importante é detectar se a startup está seguindo o melhor caminho ou se tem concepções inviáveis. Quando finalmente completar o ciclo de obtenção de ideias, construção de um escopo, medição de dados e aprendizado de todo o processo e obtiver um feedback, o importante é não se deixar levar totalmente pelas opiniões de usuários. Afinal, nem mesmo os clientes sabem o que querem e é difícil emplacar altos graus de inovação.
No MVP, o conhecimento adquirido com o teste é ainda mais importante que a avaliação em si. Seja observador ao definir sua estratégia, faça-a da maneira mais simples possível e desfrute do sucesso de seu produto ou serviço!