Minha vida mudou desde que eu conheci o Pandora. Apesar de ainda ter um iPod cheio de mp3s, perdi a conta de quanto tempo faz que não ouço uma. Pra falar a verdade, nem preciso mais delas.
Eu tenho o Pandora instalado no meu iPhone e iPad, basicamente quando quero ouvir música em casa, ligo o iPad, que se conecta via Bluetooth no meu home teather e lá estão as melhores músicas tocando com uma qualidade incrível.
No celular é a mesma coisa, ligo o pandora, coloco o fone de ouvido ou encaixo no meu dock station, e lá vem mais música boa através de streaming.
Pra quem ainda não conhece, o Pandora é um serviço de música streaming. Funciona através de um simples browser ou dos seus aplicativos para telefones celulares, tablets e desktops. Seu objetivo é tocar músicas que você ama, parece simples, mas alcançar esse objetivo envolve uma complexidade enorme. Se depois do play começa a tocar músicas que você não gosta, você simplesmente fecha programa e parte pra outra, mas isso não acontece com o Pandora.
Para fazer isso com eficiência, o serviço é baseado em um projeto chamado Music Genome, que extraí um DNA de cada música, analisando quatrocentas diferentes características. O time é composto por estudiosos da música e quem tiver a oportunidade de testar o serviço, saberá que cada centavo investido valeu a pena.
O serviço é muito simples, você escolhe o nome de um artista, banda ou música e ele faz o resto enquanto você relaxa e aproveita.
Pra mim, mp3 morreu, o futuro é streaming. Tenho certeza que é só uma questão de tempo para isso acontecer com você também. No mercado global, fica a pergunta, o que acontecerá com o iTunes? E o iPod? E os outros players?
No Brasil, o serviço ainda não esta disponível e é uma pena estarmos tão atrasado neste sentido. Não temos nenhum serviço de streaming de música ou vídeo decente, ou é absurdamente caro, ou o conteúdo é uma porcaria ou o serviço não presta.
É uma falta de visão das gravadoras que não tem tamanho, se elas não flexibilizarem a utilização e o preço, só tem um caminho possível, crescimento da pirataria.
O mercado digital funciona assim, qualquer pessoa tem acesso a uma música ou vídeo pirata e não adianta querer lutar contra, bloqueando ou criando travas como o DRM. Já esta provado que isso não funciona, a única solução é olhar pra frente. As pessoas hoje fazem a conta, se o preço for justo, compra-se, se não for, baixa-se da internet, simples assim.
O modelo de negócio de streaming de música não tem segredo, é bem similar aos das rádios. Toca-se uma determinada quantidade de música e de tempos em tempos, um pouquinho de propaganda para financiar. Para aqueles que não querem escutar propaganda, pode-se oferecer uma mensalidade.
É vantajoso pra todo mundo, eu não gasto um centavo com música há pelo menos uns dez anos e tenho certeza que isso aconteceu com todo mundo, maior prova disso é o que aconteceu com o mercado de música, completamente falido.
Hoje eu estaria disposto a pagar para ter acesso a um serviço de música streaming como o Pandora. Se o preço for justo e o serviço de qualidade, tenho certeza que milhares de brasileiros com um browser ou iPhone/iPod Touch/iPad/Android/WP7/… também estariam dispostos. Se o mercado já teve disposição para pagar por música e ainda tem, só que um jeito diferente, cade o responsável por essa merd* que não resolveu isso ainda?
Alô gravadoras! Ta na hora de acordar, né?
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Marcelo, será que o Pandora volta pro Brasil? Aqui, ainda, estamos sem acesso.
Oi Carol,
Na verdade o Pandora nunca esteve no Brasil. Consigo utilizar porque eu tenho uma VPN própria com saída pelos USA.
Sobre a sua vinda, sinceramente não vejo horizonte para isso num curto espaço de tempo. Nossa burocracia e impostos tiram o tesão de qualquer investidor.
Existem produtos fantásticos que existem lá fora há anos e nunca vieram pra cá. Em termos de lei e burocracia, nada mudou, por outro lado nossa economia melhorou muito, mas mesmo assim acho que estamos distantes de produtos bacanas nesse segmento virem pra cá…
Pingback: Fred Wilson sobre o mercado de música | Marcelo Toledo
Marcelo,
Não costumo usar serviço de streaming de música, o máximo que usei foi o Last.fm e o Grooveshark.
Porém, acredito que esse seja o futuro para o acesso as suas músicas, pois você não irá precisar mais ficar trocando de cd (poucos fazem isso hj) ou ficar gerenciando centenas/milhares de arquivos no seu HD.
A personalização que o Pandora tem é bem interessante e esse tipo de personalização que esse tipo de serviço tem, poderia ser usada pelas gravadores.
Até os artistas estão começando a perceber que não precisam das gravadoras, quando grandes bandas começarem a lançar álbuns independentes a coisa irá ficar mais séria. Afinal, até a renda dessas bandas vêm dos shows e não mais da venda de CDs.
Abraços!
Fabricio,
Me parece que o grooveshark já faz algo nessa linha. Qualquer pessoa pode enviar uma música e o artista automaticamente acumula receita pela quantidade de reproduç?es. Se o preço é fair, eu não sei, mas certamente é uma tentativa de inovaç?o. Tem meu reconhecimento.
Marcelo, hoje vi este post no SAI e achei uma comprovação do teu ponto: http://www.businessinsider.com/chart-of-the-day-music-industry-sales-2011-2. Será que nem c/ um gráfico destes, totalmente “business-friendly”, as gravadoras, com tantas pessoas de negócios com décadas de experiência, não acordam p/ a realidade? The cash cow is dead – wake up! Valeu pelo post …
Que gráfico fantástico! Olha que ele vai até 2009, imagina o estrago dali pra frente, vale a pena ver.
DEEZER, para mim é a última palavra.