CAGR – Como calcular este KPI fundamental

CAGR é um KPI que representa uma taxa de crescimento composta de um determinado período. Dificilmente você vai analisar um relatório financeiro que não utilize o CAGR. É muito utilizado representar o desempenho de empresas ou startups.

O que é CAGR

Quando eu comecei a prestar mais atenção em startups, notei que uma sigla – CAGR, que eu não tinha a menor ideia do que se tratava, estava sempre presente em apresentações e gráficos. Então eu resolvi pesquisar para entender melhor sobre o que se tratava.

Depois de ler alguns artigos, percebi a importância da definição, e ela acabou se tornando um recurso bastante útil. Esta sigla é o CAGR (Compound Annual Growth Rate), em português significa Taxa Composta Anual de Crescimento.

Este índice representa a taxa de retorno de um investimento em um determinado período de tempo. Exatamente por este motivo é muito comum encontrá-la quando estamos falando de crescimento de mercado (Market Size, TAM, SAM, SOM, …).

A grande vantagem é que você consegue apresentar em um único dado, uma informação relevante por todo o período. Vale ressaltar que essa não é a taxa de retorno real, é um número fictício que descreve a taxa à qual um investimento teria crescido se a taxa fosse constante.

Um exemplo de como calcular o CAGR

Em janeiro de 2012 eu decidi fazer um investimento de R$10.000,00 em um determinado negócio. Em Janeiro de 2013 o meu investimento já havia passado para R$13.000,00, em Janeiro de 2014 a taxa de retorno foi um pouco menor e só aumentou mil reais, ficando em R$14.000,00. Em janeiro de 2015 o meu retorno foi excelente, chegando a R$19.500,00. Neste momento então eu decidi fazer a minha saída e retirei todo meu dinheiro.

Qual é o CAGR da operação acima?

Fórmula: CAGR = (Valor final / Valor inicial) ^ (1/qtd anos) -1

  • Valor inicial = Valor aplicado inicialmente no investimento
  • Valor final = Valor que você retirou quando fez a saída do investimento
  • Qtd de anos = Quantos anos você ficou no investimento?

Resultado

  • 19.500 / 10.000 = 1.95
  • CAGR = 1.95 ^ 1/3 (3 anos) = 1.2493
  • CAGR = 1.2493 – 1 = 0.2493 = 24.93%

Da próxima vez que você estiver assistindo a uma apresentação ou analisando um gráfico de crescimento e observar a sigla ao lado dos números, espero que você lembre deste artigo e do que se trata.

Marketing de Conteúdo: Escreva uma história de sucesso para sua startup!

Você teve uma ideia que considera brilhante e decidiu empenhar tempo e recursos na transformação de seus planos em realidade. Você criou (ou tem planos de criar) uma startup. Obviamente, está decidido a transformar sua iniciativa empreendedora em um enorme sucesso. Porém, sejamos realistas: o mercado atual é extremamente competitivo e qualquer um que quiser se aventurar nele terá de trabalhar muito para conquistar seus objetivos. “Mas, como isso é possível?!”, você se pergunta.

Não existe uma fórmula mágica. Há inúmeros fatores decisivos para o sucesso de uma startup e a divulgação é muito importante. Se ninguém conhecer seu serviço ou produto, será quase impossível competir e crescer. Já dizia o velho ditado: “A propaganda é a alma do negócio”.

Embora antiga, essa é uma máxima que não perdeu o significado com o passar do tempo. O que mudou foi a publicidade em si. A propaganda, nos dias de hoje, é bem mais ampla do que os tradicionais anúncios pagos, ou os releases e textos institucionais desenvolvidos pelas assessorias de imprensa. O conceito de startup é relativamente novo e está intimamente ligado ao termo “inovação”. Isso quer dizer que para sua empresa conquistar espaço precisa buscar também ferramentas inovadoras de gestão. E um desses poderosos instrumentos é o Marketing de Conteúdo.

Mas, afinal, o que é Marketing de Conteúdo?

Trata-se da mais nova aposta entre os profissionais da Comunicação Corporativa. Por meio dessa ferramenta, as empresas estão criando canais próprios e eficazes de divulgação, com o objetivo de expandir o mercado em que atuam, conquistar e fidelizar os clientes e, ao mesmo tempo, fortalecer e agregar valor ao nome da marca. E para uma startup, acredite, esses fatores são vitais.

Mas, como isso funciona na prática? Para começar, é importante definir com quais meios você vai trabalhar: site, blog, redes sociais, etc. Depois, é preciso conhecer qual o seu público alvo. E, por fim, você deve desenvolver um plano de ação que inclui a definição dos temas a serem abordados (afinal, qual a mensagem que você e sua empresa querem passar?) e a periodicidade das atualizações. Feito isso, é só começar a gerar o conteúdo.

Mas, esteja atento porque o material deve ser elaborado de forma estratégica! Nada de falar sobre a própria empresa, isso é propaganda pura e simples e não agrada ao consumidor de hoje, que está cada vez mais exigente. É preciso dar ao seu público-alvo informações úteis e de qualidade. Coloque-se no lugar do cliente e tente entender seus problemas. É sobre isso que você deve falar. Faça com que seu site, blog e perfis nas redes sociais sejam fonte de informação. Se você quer mostrar ao mercado que é o melhor no seu ramo, então demonstre que tem conhecimento e autoridade para falar sobre o tema!

Uma empresa de roupas e acessórios, por exemplo, pode postar dicas de saúde e beleza. Uma construtora pode produzir informação sobre o comportamento do mercado imobiliário. Uma firma de contabilidade pode ajudar seus clientes a reduzir custos e a analisar as possibilidades de redução de taxas e impostos. E a sua startup deverá, da mesma forma, gerar conteúdo sobre o ramo em que atua. Quanto maior o volume e a qualidade dos textos e informações disponibilizados, maiores serão as suas chances de sucesso.

O raciocínio é simples: publicações com informações corretas e de qualidade vão gerar links, compartilhamentos e tráfego. E, quanto maior o número de acessos no seu site, blog ou redes sociais, maior credibilidade a sua empresa terá. Logo, sua marca vai conquistar mais clientes e também a atenção da mídia e dos jornalistas do segmento. Sua empresa, aos poucos, vai se tornar uma autoridade no assunto. E assim que isso acontecer você vai atrair os investidores que precisa para alavancar os negócios e transformar sua startup em uma empresa grande e lucrativa.

Como educar seus clientes

A partir do momento em que a sua startup estiver gerando material de qualidade na web e conseguindo atrair os “corações e mentes” do público, você vai perceber que o Marketing de Conteúdo é muito mais do que a simples disponibilização de informação. A sua estratégia vai educar seus clientes.

Não se trata de manipulação. Nem pense nisso, porque a transparência é uma das principais virtudes do Marketing de Conteúdo. O fato é que a partir das informações que você disponibilizará, vai conseguir contribuir para a formação de opinião daquele público que consome seu produto ou serviço. E isso, sem dúvida, vai agregar valor à sua marca, já que o consumidor vai passar a se identificar com ela.

Para conseguir isso, no entanto, é preciso atenção a diversos fatores. O material que você vai postar tem, necessariamente, que conter informações verdadeiras e atuais. Você precisa ter certeza de que estará disponibilizando material de alta qualidade que não pode, de forma alguma, ter a credibilidade questionada. Portanto, é preciso buscar fontes confiáveis e, principalmente, profissionais capacitados para elaboração dos textos.

Seu concorrente já entendeu a importância do Marketing de Conteúdo. Não fique para trás.

As estatísticas mostram que em pouco tempo o Marketing de Conteúdo deixará de ser uma “vantagem” e se tornará essencial, básico para qualquer empresa. Esse não é um investimento restrito às grandes corporações. Pelo contrário, é mais acessível do que os anúncios pagos em mídias convencionais e proporciona resultados duradouros.

Com toda certeza, o seu concorrente já entendeu a importância desse instrumento de comunicação com o mercado. Se ele ainda não está utilizando essa ferramenta, já pode estar planejando fazê-lo. E você, é claro, não pode ficar para trás. Portanto, trace seus objetivos e metas e comece o quanto antes a colocar seu plano em ação!

EBITDA

Se você está de alguma maneira envolvido com startups, este é um assunto que obrigatoriamente você tem que entender, independente de qual posição você esteja. Se você é um investidor, talvez já conheça o termo, se não, eis a sua chance de entender como funciona um dos indicadores mais famosos do mercado financeiro, o EBITDA.

Entendendo o que é o EBITDA

A sigla é um acronimo para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization. Em português, Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador financeiro que se tornou bastante popular, é muito utilizado por empresas de capital aberto, analistas financeiros e startups.

Se você visitar qualquer site que comente as empresas publicadas em bolsas de valores, verá que quase sempre existe este indicador. Em publicações de economia e mercados, é um termo muito corriqueiro, e nas startups, é praticamente obrigatório para os empreendedores apresentarem relatórios da startup utilizando o EBITDA. O mesmo serve para conversas com investidores e negociações de investimento.

Com o EBITDA é possível avaliar o poder de geração de caixa da empresa. Retirando os impostos, você pode comparar empresas de outras regiões, que podem ter vantagens fiscais ou até de outros países, que os impostos podem divergir bastante. Ou até empresas de outros setores, que também tem variação tributária. Exclui-se também qualquer outro ganho financeiro que não tenha a ver com a operação da empresa, como alugueis ou investimentos. Exclui-se também depreciação, amortização e juros. Essa é uma forma de colocar todos em um mesmo patamar de comparação.

Exatamente por todas essas exclusões, com o EBITDA pode-se facilmente ter uma visão bastante distorcida da real situação financeira de uma empresa, já que ela pode estar se acabando com juros de empréstimos e amortizações. Esse é um dos motivos do EBITDA ser criticado por algumas pessoas, para os meus usos, acho que ele funciona muito bem e acho também que pode funcionar pra você.

Segundo Fred Wilson, o EBITDA surgiu no mundo das aquisições. Ele menciona que nos USA, os custos com juros são dedutíveis dos impostos que a empresa paga, então você poderia pegar empréstimos para esta empresa e não pagar nenhum imposto. Para saber o quanto de empréstimo você poderia pegar, basta analisar o EBITDA e este seria o máximo de juros que você poderia pagar para deduzir 100% dos impostos.

O EBITDA é apresentado de duas formas, em percentual ou em valor monetário. Obviamente, quanto maior forem esses valores, melhor para a empresa.

Para calcular o EBITDA deve-se fazer o seguinte:

Lucro Bruto – Despesas operacionais (lembrando de excluir depreciação e as amortizações do período e os juros).

Lucro Bruto = Receita líquida – Custos (Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) ou Serviços Prestados – Despesas Operacionais).

E você, leitor, também usa EBITDA na sua startup?

Startups: Conselho de Administração

O conselho de administração ou como muitos ainda chamam, board of directors, diferentemente do board of advisors é requisito legal para toda e qualquer S/A (Sociedade Anônima).

As empresas normalmente se transformam em S/A quando começam a ter muitos sócios. Quando recebe-se investimento é quase que uma obrigação se tornar S/A, existem muitas vantagens jurídicas que justificam essa necessidade.

Como uma empresa pode ter um número de acionistas muito grande e seria impossível escutar a opinião de cada um deles. Criou-se uma forma de representar os principais acionistas em uma ou mais cadeiras no conselho de administração.

Qual é a função do Conselho de Administração?

O papel do board é garantir que o CEO e os principais executivos estão desempenhando um bom trabalho. Quando um board começa a se envolver demais no dia-a-dia da empresa, é sinal de que as coisas não estão bem.

Toda as principais decisões devem ser levadas ao board para aprovação. É fundamental que exista um ambiente saudável para discutir os mais variados pontos de vista, e o presidente do conselho é quem deve garantir que todos sejam ouvidos mas uma decisão seja tomada.

Um board bem construído deve ter profissionais com muita experiência no mercado. Quanto mais feitos cada um dos membros tiver, melhor para sua startup, que contará com a expertise de cada um deles.

Um bom conselho de administração brilha os olhos do investidor. Afinal, se você conseguiu mobilizar tanta gente boa para participar de algo que você construiu, alguma coisa boa deve ter.

Normalmente as startups iniciantes tem um conselho de administração só para constar. Apesar de registrarem que existiu uma reunião do board e foram tomadas as seguintes decisões. Na realidade ela nunca aconteceu e só foi criado um documento para registrar as decisões, aprovadas pelos próprios executivos da empresa.

Isso é muito comum e eu recomendo que você fique assim até você ter um tamanho que justifique, mas assim que você começar a ter um volume de receita um pouco maior, sugiro fortemente que você crie um conselho de administração e faça pra valer. Mesmo que você seja o acionista controlador é fundamental criar a rotina de apresentar a outras pessoas brilhantes o que tem acontecido na empresa e as principais decisões para serem tomadas.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, durante muito tempo foi um jovem inexperiente, mas o tempo foi passando e ele foi se transformando em um brilhante executivo. Grande parte da sua formação deve-se aos conselheiros. Você não gostaria que o mesmo acontecesse com você?

Startups: Prepare sua startup para investimentos

Se você está montando uma startup e pretende levantar capital de risco, vale entender algumas premissas importantes, para não cometer erros e se arrepender no futuro. Vou pegar carona em um artigo escrito recentemente pelo Fred Wilson, onde ele sugere algumas métricas para levantamento de capital. Resumo parte do post e então entro na minha sugestão de como você deve se preparar para receber investimentos.

Como lidar com investimentos na sua empresa

Toda vez que você for levantar capital, tente diluir entre 10 e 20% no máximo por round. Quanto menos você diluir por round, melhor. É possível que você tenha que diluir um pouco mais em algum round especifico, talvez até no começo, mas tente equilibrar isso nos próximos, ficando mais próximo de 10% do que de 20%. Se você fizer muitos rounds altos, certamente ficará com muito pouco da empresa e provavelmente nem será mais o controlador, além de correr o risco de se tornar funcionário.

Outro ponto muito importante, não levante capital para um período muito longo, limite-se a 12-18 meses, mais do que isso, você estará com um monte de dinheiro no banco, de um valuation antigo. Se sua startup tem potencial de duplicar todos os anos, porque você iria fazer um levantamento de capital de três anos? Não seria muito mais proveitoso levantar capital uma vez por ano, durante três anos consecutivos? Certamente você receberia mais capital pelo mesmo percentual de diluição.

Com esses pontos em mente e antes de sair para conhecer e conversar com investidores, sugiro que você prepare sua startup. Se for uma startup com potencial, em alguns anos você poderá ter dezenas de sócios, por isso junte os fundadores e faça uma simulação do futuro. Definam a quantidade de rounds que vocês imaginam captar, qual seria o valuation de cada um deles e quanto vocês pretendem diluir em cada um.

Fazendo isso, você conseguirá ter muito claro até que estágio os fundadores serão os controladores da empresa. Posteriormente, quando o controle for perdido, quem seriam os possíveis controladores. Além disso, é possível identificar diversas outras informações, como por exemplo a quantidade de dinheiro que vocês captarão em cada um dos rounds, este dado que servirá de base para você fazer o seu business plan. Você poderá também brincar com as variáveis e entender que pequenas alterações fazem muita diferença e mudam completamente a estratégia de captação de recursos e controle da empresa.

Para lhe auxiliar neste controle, eu preparei uma planilha com uma simulação de uma startup fictícia, com dois sócios, dois conselheiros, um round de investimentos anjo e mais cinco rounds de investimentos de VCs. Você pode copiar esta planilha e brincar a vontade, as células laranjas são editáveis, onde você poderá entrar com os valores referentes a realidade da sua startup. Todo o restante está com fórmulas e cálculos que serão reajustados imediatamente de acordo com os valores dos campos laranjas.

Download da planilha

No primeiro quadro eu estabeleço dois sócios fundadores, onde cada um inicia com 50% da empresa. Note que o total, ao final de cada quadro, é apenas uma referência para caso você cometa algum erro. Este campo precisa sempre estar com o valor 100%.

No quadro seguinte, esses dois sócios resolvem admitir dois conselheiros e em troca dos seus serviços, eles distribuem cotas para estes conselheiros na ordem de 1.5% para cada, sendo que eles só irão diluir a partir do segundo round de investimentos.

Nos quadros seguintes estamos falando de rounds de investimento, sendo que a primeira informação que você precisa definir é o valuation da sua empresa para aquele round. Posteriormente você deve definir quanto será a diluição do round e quais as partes que serão diluídas. Fiz um exemplo onde os conselheiros não diluem no primeiro round, para que você possa copiar a fórmula e replicar caso isso aconteça com outras partes ou outros rounds. Nos rounds seguintes, todos os acionistas diluem.

Com esta planilha fica claro observar o que Fred Wilson comentou em seu artigo, se você conseguir crescer com poucos investimentos e manter os investimentos constantes, é o ideal. No Brasil ainda pode ser difícil conseguir este mérito, mas que fique registrado qual é o melhor caminho.

De qualquer maneira, eu sugiro que você tente manter ao máximo o controle pelos fundadores. Nesta simulação, a startup capta um total de 3.8MM e mantém o controle da empresa até o Series C. De acordo com as estimativas de valuation, os fundadores teriam uma participação de 26.71% de uma pizza que valeria aproximadamente 14MM, imediatamente após o Series C, ou seja, se vendessem a totalidade das suas cotas, estaríamos falando de quase 4MM.

A partir do momento que perde-se o controle da empresa, a estratégia dos fundadores podem e deve mudar, então vale a pena separar bem esses momentos, para ninguém se arrepender, pois a partir do momento que você perde o controle, você pode se tornar empregado.

Não foi uma nem duas startups brasileiras que eu conheci, que se tornaram grandes empresas e seus fundadores perderam o controle da empresa precocemente. Eu espero que com este artigo, os empreendedores tenham mais consciência do valor que eles tem em suas mãos e saibam negociar melhor para maximizar seus interesses e manter o controle e melhores posições por mais tempo.